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Primeira Epístola aos Coríntios

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 Primeira Epístola aos Coríntios
Capítulo 1

1. Paulo, apóstolo de Jesus Cristo por chamamento e vontade de Deus, e o irmão Sóstenes,
2. à igreja de Deus que está em Corinto, aos fiéis santificados em Jesus Cristo, chamados à santidade, juntamente com todos os que, em qualquer lugar que estejam, invocam o nome de nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor deles e nosso;
3. a vós, graça e paz da parte de Deus, nosso Pai, e da parte do Senhor Jesus Cristo!
4. Não cesso de agradecer a Deus por vós, pela graça divina que vos foi dada em Jesus Cristo.
5. Nele fostes ricamente contemplados com todos os dons, com os da palavra e os da ciência,
6. tão solidamente foi confirmado em vós o testemunho de Cristo.
7. Assim, enquanto aguardais a manifestação de nosso Senhor Jesus Cristo, não vos falta dom algum.
8. Ele há de vos confirmar até o fim, para que sejais irrepreensíveis no dia de nosso Senhor Jesus Cristo.
9. Fiel é Deus, por quem fostes chamados à comunhão de seu Filho Jesus Cristo, nosso Senhor.
10. Rogo-vos, irmãos, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que todos estejais em pleno acordo e que não haja entre vós divisões. Vivei em boa harmonia, no mesmo espírito e no mesmo sentimento.
11. Pois acerca de vós, irmãos meus, fui informado pelos que são da casa de Cloé, que há contendas entre vós.
12. Refiro-me ao fato de que entre vós se usa esta linguagem: Eu sou discípulo de Paulo; eu, de Apolo; eu, de Cefas; eu, de Cristo.
13. Então estaria Cristo dividido? É Paulo quem foi crucificado por vós? É em nome de Paulo que fostes batizados?
14. Graças a Deus, não batizei nenhum de vós, à exceção de Crispo e Gaio.
15. Assim ninguém poderá dizer que fostes batizados em meu nome.
16. (Aliás, batizei também a família de Estéfanas. Além destes, não me consta ter batizado ninguém mais.)
17. Cristo não me enviou para batizar, mas para pregar o Evangelho; e isso sem recorrer à habilidade da arte oratória, para que não se desvirtue a cruz de Cristo.
18. A linguagem da cruz é loucura para os que se perdem, mas, para os que foram salvos, para nós, é uma força divina.
19. Está escrito: Destruirei a sabedoria dos sábios, e anularei a prudência dos prudentes (Is 29,14).
20. Onde está o sábio? Onde o erudito? Onde o argumentador deste mundo? Acaso não declarou Deus por loucura a sabedoria deste mundo?
21. Já que o mundo, com a sua sabedoria, não reconheceu a Deus na sabedoria divina, aprouve a Deus salvar os que crêem pela loucura de sua mensagem.
22. Os judeus pedem milagres, os gregos reclamam a sabedoria;
23. mas nós pregamos Cristo crucificado, escândalo para os judeus e loucura para os pagãos;
24. mas, para os eleitos – quer judeus quer gregos -, força de Deus e sabedoria de Deus.
25. Pois a loucura de Deus é mais sábia do que os homens, e a fraqueza de Deus é mais forte do que os homens.
26. Vede, irmãos, o vosso grupo de eleitos: não há entre vós muitos sábios, humanamente falando, nem muitos poderosos, nem muitos nobres.
27. O que é estulto no mundo, Deus o escolheu para confundir os sábios; e o que é fraco no mundo, Deus o escolheu para confundir os fortes;
28. e o que é vil e desprezível no mundo, Deus o escolheu, como também aquelas coisas que nada são, para destruir as que são.
29. Assim, nenhuma criatura se vangloriará diante de Deus.
30. É por sua graça que estais em Jesus Cristo, que, da parte de Deus, se tornou para nós sabedoria, justiça, santificação e redenção,
31. para que, como está escrito: quem se gloria, glorie-se no Senhor (Jr 9,23).

 
Capítulo 2

1. Também eu, quando fui ter convosco, irmãos, não fui com o prestígio da eloqüência nem da sabedoria anunciar-vos o testemunho de Deus.
2. Julguei não dever saber coisa alguma entre vós, senão Jesus Cristo, e Jesus Cristo crucificado.
3. Eu me apresentei em vosso meio num estado de fraqueza, de desassossego e de temor.
4. A minha palavra e a minha pregação longe estavam da eloqüência persuasiva da sabedoria; eram, antes, uma demonstração do Espírito e do poder divino,
5. para que vossa fé não se baseasse na sabedoria dos homens, mas no poder de Deus.
6. Entretanto, o que pregamos entre os perfeitos é uma sabedoria, porém não a sabedoria deste mundo nem a dos grandes deste mundo, que são, aos olhos daquela, desqualificados.
7. Pregamos a sabedoria de Deus, misteriosa e secreta, que Deus predeterminou antes de existir o tempo, para a nossa glória.
8. Sabedoria que nenhuma autoridade deste mundo conheceu (pois se a houvessem conhecido, não teriam crucificado o Senhor da glória).
9. É como está escrito: Coisas que os olhos não viram, nem os ouvidos ouviram, nem o coração humano imaginou (Is 64,4), tais são os bens que Deus tem preparado para aqueles que o amam.
10. Todavia, Deus no-las revelou pelo seu Espírito, porque o Espírito penetra tudo, mesmo as profundezas de Deus.
11. Pois quem conhece as coisas que há no homem, senão o espírito do homem que nele reside? Assim também as coisas de Deus ninguém as conhece, senão o Espírito de Deus.
12. Ora, nós não recebemos o espírito do mundo, mas sim o Espírito que vem de Deus, que nos dá a conhecer as graças que Deus nos prodigalizou
13. e que pregamos numa linguagem que nos foi ensinada não pela sabedoria humana, mas pelo Espírito, que exprime as coisas espirituais em termos espirituais.
14. Mas o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, pois para ele são loucuras. Nem as pode compreender, porque é pelo Espírito que se devem ponderar.
15. O homem espiritual, ao contrário, julga todas as coisas e não é julgado por ninguém.
16. Por que quem conheceu o pensamento do Senhor, se abalançará a instruí-lo (Is 40,13)? Nós, porém, temos o pensamento de Cristo.

 
Capítulo 3

1. A vós, irmãos, não vos pude falar como a homens espirituais, mas como a carnais, como a criancinhas em Cristo.
2. Eu vos dei leite a beber, e não alimento sólido que ainda não podíeis suportar. Nem ainda agora o podeis, porque ainda sois carnais.
3. Com efeito, enquanto houver entre vós ciúmes e contendas, não será porque sois carnais e procedeis de um modo totalmente humano?
4. Quando, entre vós, um diz: Eu sou de Paulo, e outro: Eu, de Apolo, não é isto modo de pensar totalmente humano?
5. Pois que é Apolo? E que é Paulo? Simples servos, por cujo intermédio abraçastes a fé, e isto conforme a medida que o Senhor repartiu a cada um deles:
6. eu plantei, Apolo regou, mas Deus é quem fez crescer.
7. Assim, nem o que planta é alguma coisa nem o que rega, mas só Deus, que faz crescer.
8. O que planta ou o que rega são iguais; cada um receberá a sua recompensa, segundo o seu trabalho.
9. Nós somos operários com Deus. Vós, o campo de Deus, o edifício de Deus.
10. Segundo a graça que Deus me deu, como sábio arquiteto lancei o fundamento, mas outro edifica sobre ele.
11. Quanto ao fundamento, ninguém pode pôr outro diverso daquele que já foi posto: Jesus Cristo.
12. Agora, se alguém edifica sobre este fundamento, com ouro, ou com prata, ou com pedras preciosas, com madeira, ou com feno, ou com palha,
13. a obra de cada um aparecerá. O dia (do julgamento) demonstrá-lo-á. Será descoberto pelo fogo; o fogo provará o que vale o trabalho de cada um.
14. Se a construção resistir, o construtor receberá a recompensa.
15. Se pegar fogo, arcará com os danos. Ele será salvo, porém passando de alguma maneira através do fogo.
16. Não sabeis que sois o templo de Deus, e que o Espírito de Deus habita em vós?
17. Se alguém destruir o templo de Deus, Deus o destruirá. Porque o templo de Deus é sagrado – e isto sois vós.
18. Ninguém se engane a si mesmo. Se alguém dentre vós se julga sábio à maneira deste mundo, faça-se louco para tornar-se sábio,
19. porque a sabedoria deste mundo é loucura diante de Deus; pois (diz a Escritura) ele apanhará os sábios na sua própria astúcia (Jó 5,13).
20. E em outro lugar: O Senhor conhece os pensamentos dos sábios, e ele sabe que são vãos (Sl 93,11).
21. Portanto, ninguém ponha sua glória nos homens. Tudo é vosso:
22. Paulo, Apolo, Cefas, o mundo, a vida, a morte, o presente e o futuro. Tudo é vosso!
23. Mas vós sois de Cristo, e Cristo é de Deus.

 
Capítulo 4

1. Que os homens nos considerem, pois, como simples operários de Cristo e administradores dos mistérios de Deus.
2. Ora, o que se exige dos administradores é que sejam fiéis.
3. A mim pouco se me dá ser julgado por vós ou por tribunal humano, pois nem eu me julgo a mim mesmo.
4. De nada me acusa a consciência; contudo, nem por isso sou justificado. Meu juiz é o Senhor.
5. Por isso, não julgueis antes do tempo; esperai que venha o Senhor. Ele porá às claras o que se acha escondido nas trevas. Ele manifestará as intenções dos corações. Então cada um receberá de Deus o louvor que merece.
6. Se apliquei tudo isso a mim e a Apolo foi por vossa causa, para que, por meio de nós, aprendais a não ultrapassar o que está escrito e para que vos não ensoberbeçais tomando partido a favor de um e com prejuízo de outrem.
7. O que há de superior em ti? Que é que possuis que não tenhas recebido? E, se o recebeste, por que te glorias, como se o não tivesses recebido?
8. Já estais fartos! Já estais ricos! Sem nós, sois reis! Praza a Deus que reineis, de fato, para que também nós reinemos convosco!
9. Porque, ao que parece, Deus nos tem posto a nós, apóstolos, na última classe dos homens, por assim dizer sentenciados à morte, visto que fomos entregues em espetáculo ao mundo, aos anjos e aos homens.
10. Nós, estultos por causa de Cristo; e vós, sábios em Cristo! Nós, fracos; e vós, fortes! Vós, honrados; e nós, desprezados!
11. Até esta hora padecemos fome, sede e nudez. Somos esbofeteados, somos errantes,
12. fatigamo-nos, trabalhando com as nossas próprias mãos. Insultados, abençoamos; perseguidos, suportamos; caluniados, consolamos!
13. Chegamos a ser como que o lixo do mundo, a escória de todos até agora…
14. Não vos escrevo estas coisas para vos envergonhar, mas admoesto-vos como meus filhos muitos amados.
15. Com efeito, ainda que tivésseis dez mil mestres em Cristo, não tendes muitos pais; ora, fui eu que vos gerei em Cristo Jesus pelo Evangelho.
16. Por isso, vos conjuro a que sejais meus imitadores.
17. Para isso é que vos enviei Timóteo, meu filho muito amado e fiel no Senhor. Ele vos recordará as minhas normas de conduta, tais como as ensino por toda parte, em todas as igrejas.
18. Alguns, presumindo que eu não mais iria ter convosco, encheram-se de orgulho.
19. Mas brevemente irei ter convosco, se Deus quiser, e tomarei conhecimento não do que esses orgulhosos falam, mas do que são capazes.
20. Porque o Reino de Deus não consiste em palavras, mas em atos.
21. Que preferis? Que eu vá visitar-vos com a vara, ou com caridade e espírito de mansidão?

 
Capítulo 5

1. Ouve-se dizer constantemente que se comete, em vosso meio, a luxúria, e uma luxúria tão grave que não se costuma encontrar nem mesmo entre os pagãos: há entre vós quem vive com a mulher de seu pai!…
2. E continuais cheios de orgulho, em vez de manifestardes tristeza, para que seja tirado dentre vós o que cometeu tal ação!
3. Pois eu, em verdade, ainda que distante corporalmente, mas presente em espírito, já julguei, como se estivesse presente, aquele que assim se comportou.
4. Em nome do Senhor Jesus -, reunidos vós e o meu espírito, com o poder de nosso Senhor Jesus -,
5. seja esse homem entregue a Satanás, para mortificação do seu corpo, a fim de que a sua alma seja salva no dia do Senhor Jesus.
6. Não é nada belo o motivo da vossa jactância! Não sabeis que um pouco de fermento leveda a massa toda?
7. Purificai-vos do velho fermento, para que sejais massa nova, porque sois pães ázimos, porquanto Cristo, nossa Páscoa, foi imolado.
8. Celebremos, pois, a festa, não com o fermento velho nem com o fermento da malícia e da corrupção, mas com os pães não fermentados de pureza e de verdade.
9. Na minha carta vos escrevi que não tivésseis familiaridade com os impudicos.
10. Porém, não me referia de um modo absoluto a todos os impudicos deste mundo, os avarentos, os ladrões ou os idólatras, pois neste caso deveríeis sair deste mundo.
11. Mas eu simplesmente quis dizer-vos que não tenhais comunicação com aquele que, chamando-se irmão, é impuro, avarento, idólatra, difamador, beberrão, ladrão. Com tais indivíduos nem sequer deveis comer.
12. Pois que tenho eu de julgar os que estão fora? Não são os de dentro que deveis julgar?
13. Os de fora é Deus que os julgará… Tirai o perverso do vosso meio.

 
Capítulo 6

1. Quando algum de vós tem litígio contra outro, como é que se atreve a pedir justiça perante os injustos, em vez de recorrer aos (irmãos) santos?
2. Não sabeis que os santos julgarão o mundo? E, se o mundo há de ser julgado por vós, seríeis indignos de julgar os processos de mínima importância?
3. Não sabeis que julgaremos os anjos? Quanto mais as pequenas questões desta vida!
4. No entanto, quando tendes contendas desse gênero, escolheis para juízes pessoas cuja opinião é tida em nada pela Igreja.
5. Digo-o para confusão vossa. Será possível que não há entre vós um homem sábio, nem um sequer que possa julgar entre seus irmãos?
6. Mas um irmão litiga com outro irmão, e isso diante de infiéis!
7. Na verdade, já é um mal para vós o fato de terdes processos uns contra os outros. Por que não preferis sofrer injustiça? Por que não preferis ser espoliados?
8. Não! Vós é que fazeis injustiça, vós é que espoliais – e isso entre irmãos!
9. Acaso não sabeis que os injustos não hão de possuir o Reino de Deus? Não vos enganeis: nem os impuros, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os efeminados, nem os devassos,
10. nem os ladrões, nem os avarentos, nem os bêbados, nem os difamadores, nem os assaltantes hão de possuir o Reino de Deus.
11. Ao menos alguns de vós têm sido isso. Mas fostes lavados, mas fostes santificados, mas fostes justificados, em nome do Senhor Jesus Cristo e pelo Espírito de nosso Deus.
12. Tudo me é permitido, mas nem tudo convém. Tudo me é permitido, mas eu não me deixarei dominar por coisa alguma.
13. Os alimentos são para o estômago e o estômago para os alimentos: Deus destruirá tanto aqueles como este. O corpo, porém, não é para a impureza, mas para o Senhor e o Senhor para o corpo:
14. Deus, que ressuscitou o Senhor, também nos ressuscitará a nós pelo seu poder.
15. Não sabeis que vossos corpos são membros de Cristo? Tomarei, então, os membros de Cristo e os farei membros de uma prostituta? De modo algum!
16. Ou não sabeis que o que se ajunta a uma prostituta se torna um só corpo com ela? Está escrito: Os dois serão uma só carne (Gn 2,24).
17. Pelo contrário, quem se une ao Senhor torna-se com ele um só espírito.
18. Fugi da fornicação. Qualquer outro pecado que o homem comete é fora do corpo, mas o impuro peca contra o seu próprio corpo.
19. Ou não sabeis que o vosso corpo é templo do Espírito Santo, que habita em vós, o qual recebestes de Deus e que, por isso mesmo, já não vos pertenceis?
20. Porque fostes comprados por um grande preço. Glorificai, pois, a Deus no vosso corpo.

 
Capítulo 7

1. Agora, a respeito das coisas que me escrevestes. Penso que seria bom ao homem não tocar mulher alguma.
2. Todavia, considerando o perigo da incontinência, cada um tenha sua mulher, e cada mulher tenha seu marido.
3. O marido cumpra o seu dever para com a sua esposa e da mesma forma também a esposa o cumpra para com o marido.
4. A mulher não pode dispor de seu corpo: ele pertence ao seu marido. E da mesma forma o marido não pode dispor do seu corpo: ele pertence à sua esposa.
5. Não vos recuseis um ao outro, a não ser de comum acordo, por algum tempo, para vos aplicardes à oração; e depois retornai novamente um para o outro, para que não vos tente Satanás por vossa incontinência.
6. Isto digo como concessão, não como ordem.
7. Pois quereria que todos fossem como eu; mas cada um tem de Deus um dom particular: uns este, outros aquele.
8. Aos solteiros e às viúvas, digo que lhes é bom se permanecerem assim, como eu.
9. Mas, se não podem guardar a continência, casem-se. É melhor casar do que abrasar-se.
10. Aos casados mando (não eu, mas o Senhor) que a mulher não se separe do marido.
11. E, se ela estiver separada, que fique sem se casar, ou que se reconcilie com seu marido. Igualmente, o marido não repudie sua mulher.
12. Aos outros, digo eu, não o Senhor: se um irmão desposou uma mulher pagã (sem a fé) e esta consente em morar com ele, não a repudie.
13. Se uma mulher desposou um marido pagão e este consente em coabitar com ela, não repudie o marido.
14. Porque o marido que não tem a fé é santificado por sua mulher; assim como a mulher que não tem a fé é santificada pelo marido que recebeu a fé. Do contrário, os vossos filhos seriam impuros quando, na realidade, são santos.
15. Mas, se o pagão quer separar-se, que se separe; em tal caso, nem o irmão nem a irmã estão ligados. Deus vos chamou a viver em paz.
16. Aliás, como sabes tu, ó mulher, se salvarás o teu marido? Ou como sabes tu, ó marido, se salvarás a tua mulher?
17. Quanto ao mais, que cada um viva na condição na qual o Senhor o colocou ou em que o Senhor o chamou. É o que recomendo a todas as igrejas.
18. O que era circunciso quando foi chamado (à fé), não dissimule sua circuncisão. Quem era incircunciso, não se faça circuncidar.
19. A circuncisão de nada vale, e a incircuncisão de nada vale, o que importa é a observância dos mandamentos de Deus.
20. Cada um permaneça na profissão em que foi chamado por Deus.
21. Eras escravo, quando Deus te chamou? Não te preocupes disto. Mesmo que possas tornar-te livre, antes cuida de aproveitar melhor o teu chamamento.
22. Pois o escravo, que foi chamado pelo Senhor, conquistou a liberdade do Senhor. Da mesma forma, quem era livre por ocasião do chamado, fez-se escravo de Cristo.
23. Por alto preço fostes comprados, não vos torneis escravos de homens.
24. Irmãos, cada um permaneça diante de Deus na condição em que estava quando Deus o chamou.
25. A respeito das pessoas virgens, não tenho mandamento do Senhor; porém, dou o meu conselho, como homem que recebeu da misericórdia do Senhor a graça de ser digno de confiança.
26. Julgo, pois, em razão das dificuldades presentes, ser conveniente ao homem ficar assim como é.
27. Estás casado? Não procures desligar-te. Não estás casado? Não procures mulher.
28. Mas, se queres casar-te, não pecas; assim como a jovem que se casa não peca. Todavia, padecerão a tribulação da carne; e eu quisera poupar-vos.
29. Mas eis o que vos digo, irmãos: o tempo é breve. O que importa é que os que têm mulher vivam como se a não tivessem;
30. os que choram, como se não chorassem; os que se alegram, como se não se alegrassem; os que compram, como se não possuíssem;
31. os que usam deste mundo, como se dele não usassem. Porque a figura deste mundo passa.
32. Quisera ver-vos livres de toda preocupação. O solteiro cuida das coisas que são do Senhor, de como agradar ao Senhor.
33. O casado preocupa-se com as coisas do mundo, procurando agradar à sua esposa.
34. A mesma diferença existe com a mulher solteira ou a virgem. Aquela que não é casada cuida das coisas do Senhor, para ser santa no corpo e no espírito; mas a casada cuida das coisas do mundo, procurando agradar ao marido.
35. Digo isto para vosso proveito, não para vos estender um laço, mas para vos ensinar o que melhor convém, o que vos poderá unir ao Senhor sem partilha.
36. Se alguém julga que é inconveniente para a sua filha ultrapassar a idade de casar-se e que é seu dever casá-la, faça-o como quiser: não há falta alguma em fazê-la casar-se.
37. Mas aquele que, sem nenhum constrangimento e com perfeita liberdade de escolha, tiver tomado no seu coração a decisão de guardar a sua filha virgem, procede bem.
38. Em suma, aquele que casa a sua filha faz bem; e aquele que não a casa, faz ainda melhor.
39. A mulher está ligada ao marido enquanto ele viver. Mas, se morrer o marido, ela fica livre e poderá casar-se com quem quiser, contanto que seja no Senhor.
40. Contudo, na minha opinião, ela será mais feliz se permanecer como está. E creio que também eu tenho o Espírito de Deus.

 
Capítulo 8

1. Quanto às carnes oferecidas aos ídolos, somos esclarecidos, possuímos todos a ciência… Porém, a ciência incha, a caridade constrói.
2. Se alguém pensa que sabe alguma coisa, ainda não conhece nada como convém conhecer.
3. Mas, se alguém ama a Deus, esse é conhecido por ele.
4. Assim, pois, quanto ao comer das carnes imoladas aos ídolos, sabemos que não existem realmente ídolos no mundo e que não há outro Deus, senão um só.
5. Pretende-se, é verdade, que existam outros deuses, quer no céu quer na terra (e há um bom número desses deuses e senhores).
6. Mas, para nós, há um só Deus, o Pai, do qual procedem todas as coisas e para o qual existimos, e um só Senhor, Jesus Cristo, por quem todas as coisas existem e nós também.
7. Todavia, nem todos têm esse conhecimento. Alguns, habituados ao modo antigo de considerar o ídolo, comem a carne como sacrificada ao ídolo; e sua consciência, por ser débil, se mancha.
8. Não é, entretanto, a comida que nos torna agradáveis a Deus: comendo, não ganhamos nada; e não comendo, nada perdemos.
9. Atenção, porém: que essa vossa liberdade não venha a ser ocasião de queda aos fracos.
10. Se alguém te vir, a ti que és instruído, sentado à mesa no templo dos ídolos, não se sentirá, por fraqueza de consciência, também autorizado a comer do sacrifício aos ídolos?
11. E assim por tua ciência vai se perder quem é fraco, um irmão, pelo qual Cristo morreu!
12. Assim, pecando vós contra os irmãos e ferindo sua débil consciência, pecais contra Cristo.
13. Pelo que, se a comida serve de ocasião de queda a meu irmão, jamais comerei carne, a fim de que eu não me torne ocasião de queda para o meu irmão.

 
Capítulo 9

1. Não sou eu livre? Não sou apóstolo? Não vi Jesus nosso Senhor? Não sois vós minha obra no Senhor?
2. Se para outros não sou apóstolo, ao menos para vós o sou, porque vós sois no Senhor o selo do meu apostolado.
3. Esta é a minha defesa contra os que me denigrem.
4. Não temos nós porventura o direito de comer e beber?
5. Acaso não temos nós direito de deixar que nos acompanhe uma mulher irmã, a exemplo dos outros apóstolos e dos irmãos do Senhor e de Cefas?
6. Ou só eu e Barnabé não temos direito de deixar o trabalho?
7. Quem, jamais, vai à guerra à sua custa? Quem planta uma vinha e não come do seu fruto? Quem apascenta um rebanho e não se alimenta do leite do rebanho?
8. Trata-se, acaso, de simples norma entre os homens? Ou a lei não diz também o mesmo?
9. Na Lei de Moisés está escrito: Não atarás a boca ao boi que debulha (Dt 25,4). Acaso Deus tem dó dos bois?
10. Não é, na realidade, em atenção a nós que ele diz isto? Sim! É por nós que está escrito. Quem trabalha deve trabalhar com esperança e igualmente quem debulha deve debulhar com esperança de receber a sua parte.
11. Se entre vós semeamos bens espirituais, será, porventura, demasiada exigência colhermos de vossos bens materiais?
12. Se outros se arrogam este direito sobre vós, não o temos muito mais? Entretanto, não temos feito uso deste direito: sofremos tudo para não pôr obstáculo algum ao Evangelho de Cristo.
13. Não sabeis que os ministros do culto vivem do culto, e que os que servem ao altar participam do altar?
14. Assim também ordenou o Senhor que os que anunciam o Evangelho vivam do Evangelho.
15. Mas não tenho usado de nenhum desses direitos; e nem escrevo isto para reclamá-los. Preferiria morrer a… Mas ninguém me tirará este título de glória.
16. Anunciar o Evangelho não é glória para mim; é uma obrigação que se me impõe. Ai de mim, se eu não anunciar o Evangelho!
17. Se o fizesse de minha iniciativa, mereceria recompensa. Se o faço independentemente de minha vontade, é uma missão que me foi imposta.
18. Então em que consiste a minha recompensa? Em que, na pregação do Evangelho, o anuncio gratuitamente, sem usar do direito que esta pregação me confere.
19. Embora livre de sujeição de qualquer pessoa, eu me fiz servo de todos para ganhar o maior número possível.
20. Para os judeus fiz-me judeu, a fim de ganhar os judeus. Para os que estão debaixo da lei, fiz-me como se eu estivesse debaixo da lei, embora o não esteja, a fim de ganhar aqueles que estão debaixo da lei.
21. Para os que não têm lei, fiz-me como se eu não tivesse lei, ainda que eu não esteja isento da lei de Deus – porquanto estou sob a lei de Cristo -, a fim de ganhar os que não têm lei.
22. Fiz-me fraco com os fracos, a fim de ganhar os fracos. Fiz-me tudo para todos, a fim de salvar a todos.
23. E tudo isso faço por causa do Evangelho, para dele me fazer participante.
24. Nas corridas de um estádio, todos correm, mas bem sabeis que um só recebe o prêmio. Correi, pois, de tal maneira que o consigais.
25. Todos os atletas se impõem a si muitas privações; e o fazem para alcançar uma coroa corruptível. Nós o fazemos por uma coroa incorruptível.
26. Assim, eu corro, mas não sem rumo certo. Dou golpes, mas não no ar.
27. Ao contrário, castigo o meu corpo e o mantenho em servidão, de medo de vir eu mesmo a ser excluído depois de eu ter pregado aos outros.

 
Capítulo 10

1. (Não quero que ignoreis, irmãos), que os nossos pais estiveram todos debaixo da nuvem e que todos atravessaram o mar;
2. todos foram batizados em Moisés, na nuvem e no mar;
3. todos comeram do mesmo alimento espiritual;
4. todos beberam da mesma bebida espiritual (pois todos bebiam da pedra espiritual que os seguia; e essa pedra era Cristo).
5. Não obstante, a maioria deles desgostou a Deus, pois seus cadáveres cobriram o deserto.
6. Estas coisas aconteceram para nos servir de exemplo, a fim de não cobiçarmos coisas más, como eles as cobiçaram.
7. Nem vos torneis idólatras, como alguns deles, conforme está escrito: O povo sentou-se para comer e para beber, e depois levantou-se para se divertir (Ex 32,6).
8. Nem nos entreguemos à impureza como alguns deles se entregaram, e morreram num só dia vinte e três mil.
9. Nem tentemos o Senhor, como alguns deles o tentaram, e pereceram mordidos pelas serpentes.
10. Nem murmureis, como murmuraram alguns deles, e foram mortos pelo exterminador.
11. Todas estas desgraças lhes aconteceram para nosso exemplo; foram escritas para advertência nossa, para nós que tocamos o final dos tempos.
12. Portanto, quem pensa estar de pé veja que não caia.
13. Não vos sobreveio tentação alguma que ultrapassasse as forças humanas. Deus é fiel: não permitirá que sejais tentados além das vossas forças, mas com a tentação ele vos dará os meios de suportá-la e sairdes dela.
14. Portanto, caríssimos meus, fugi da idolatria.
15. Falo como a pessoas sensatas; julgai vós mesmos o que digo.
16. O cálice de bênção, que benzemos, não é a comunhão do sangue de Cristo? E o pão, que partimos, não é a comunhão do corpo de Cristo?
17. Uma vez que há um único pão, nós, embora sendo muitos, formamos um só corpo, porque todos nós comungamos do mesmo pão.
18. Considerai Israel segundo a carne: não entram em comunhão com o altar os que comem as vítimas?
19. Que quero afirmar com isto? Que a carne sacrificada aos ídolos ou o próprio ídolo são alguma coisa?
20. Não! As coisas que os pagãos sacrificam, sacrificam-nas a demônios e não a Deus. E eu não quero que tenhais comunhão com os demônios.
21. Não podeis beber ao mesmo tempo o cálice do Senhor e o cálice dos demônios. Não podeis participar ao mesmo tempo da mesa do Senhor e da mesa dos demônios.
22. Ou queremos provocar a ira do Senhor? Acaso somos mais fortes do que ele?
23. Tudo é permitido, mas nem tudo é oportuno. Tudo é permitido, mas nem tudo edifica.
24. Ninguém busque o seu interesse, mas o do próximo.
25. Comei de tudo o que se vende no açougue, sem indagar de coisa alguma por motivo de consciência.
26. Do Senhor é a terra e tudo que ela encerra.
27. Se algum infiel vos convidar e quiserdes ir, comei de tudo o que se vos puser diante sem indagar de coisa alguma por motivo de consciência.
28. Mas se alguém disser: Isto foi sacrificado aos ídolos, não o comais, em atenção àquele que o advertiu e por motivo de consciência.
29. Dizendo consciência, refiro-me não à tua, mas à do outro. Com efeito, por que razão seria regulada a minha liberdade pela consciência alheia?
30. Se eu como com ações de graças, por que serei eu censurado por causa do alimento pelo qual rendo graças?
31. Portanto, quer comais quer bebais ou façais qualquer outra coisa, fazei tudo para a glória de Deus.
32. Não vos torneis causa de escândalo, nem para os judeus, nem para os gentios, nem para a Igreja de Deus.
33. Fazei como eu: em todas as circunstâncias procuro agradar a todos. Não busco os meus interesses próprios, mas os interesses dos outros, para que todos sejam salvos.

 
Capítulo 11

1. Tornai-vos os meus imitadores, como eu o sou de Cristo.
2. Eu vos felicito, porque em tudo vos lembrais de mim, e guardais as minhas instruções, tais como eu vo-las transmiti.
3. Mas quero que saibais que senhor de todo homem é Cristo, senhor da mulher é o homem, senhor de Cristo é Deus.
4. Todo homem que ora ou profetiza com a cabeça coberta falta ao respeito ao seu senhor.
5. E toda mulher que ora ou profetiza, não tendo coberta a cabeça, falta ao respeito ao seu senhor, porque é como se estivesse rapada.
6. Se uma mulher não se cobre com um véu, então corte o cabelo. Ora, se é vergonhoso para a mulher ter os cabelos cortados ou a cabeça rapada, então que se cubra com um véu.
7. Quanto ao homem, não deve cobrir sua cabeça, porque é imagem e esplendor de Deus; a mulher é o reflexo do homem.
8. Com efeito, o homem não foi tirado da mulher, mas a mulher do homem;
9. nem foi o homem criado para a mulher, mas sim a mulher para o homem.
10. Por isso a mulher deve trazer o sinal da submissão sobre sua cabeça, por causa dos anjos.
11. Com tudo isso, aos olhos do Senhor, nem o homem existe sem a mulher, nem a mulher sem o homem.
12. Pois a mulher foi tirada do homem, porém o homem nasce da mulher, e ambos vêm de Deus.
13. Julgai vós mesmos: é decente que uma mulher reze a Deus sem estar coberta com véu?
14. A própria natureza não vos ensina que é uma desonra para o homem usar cabelo comprido?
15. Ao passo que é glória para a mulher uma longa cabeleira, porque lhe foi dada como um véu.
16. Se, no entanto, alguém quiser contestar, nós não temos tal costume e nem as igrejas de Deus.
17. Fazendo-vos essas advertências, não vos posso louvar a respeito de vossas assembléias que causam mais prejuízo que proveito.
18. Em primeiro lugar, ouço dizer que, quando se reúne a vossa assembléia, há desarmonias entre vós. (E em parte eu acredito.
19. É necessário que entre vós haja partidos para que possam manifestar-se os que são realmente virtuosos.)
20. Desse modo, quando vos reunis, já não é para comer a ceia do Senhor,
21. porquanto, mal vos pondes à mesa, cada um se apressa a tomar sua própria refeição; e enquanto uns têm fome, outros se fartam.
22. Porventura não tendes casa onde comer e beber? Ou menosprezais a Igreja de Deus, e quereis envergonhar aqueles que nada têm? Que vos direi? Devo louvar-vos? Não! Nisto não vos louvo…
23. Eu recebi do Senhor o que vos transmiti: que o Senhor Jesus, na noite em que foi traído, tomou o pão
24. e, depois de ter dado graças, partiu-o e disse: Isto é o meu corpo, que é entregue por vós; fazei isto em memória de mim.
25. Do mesmo modo, depois de haver ceado, tomou também o cálice, dizendo: Este cálice é a Nova Aliança no meu sangue; todas as vezes que o beberdes, fazei-o em memória de mim.
26. Assim, todas as vezes que comeis desse pão e bebeis desse cálice lembrais a morte do Senhor, até que venha.
27. Portanto, todo aquele que comer o pão ou beber o cálice do Senhor indignamente será culpável do corpo e do sangue do Senhor.
28. Que cada um se examine a si mesmo, e assim coma desse pão e beba desse cálice.
29. Aquele que o come e o bebe sem distinguir o corpo do Senhor, come e bebe a sua própria condenação.
30. Esta é a razão por que entre vós há muitos adoentados e fracos, e muitos mortos.
31. Se nos examinássemos a nós mesmos, não seríamos julgados.
32. Mas, sendo julgados pelo Senhor, ele nos castiga para não sermos condenados com o mundo.
33. Portanto, irmãos meus, quando vos reunis para a ceia, esperai uns pelos outros.
34. Se alguém tem fome, coma em casa. Assim vossas reuniões não vos atrairão a condenação. As demais coisas eu determinarei quando for ter convosco.

 
Capítulo 12

1. A respeito dos dons espirituais, irmãos, não quero que vivais na ignorância.
2. Sabeis que, quando éreis pagãos, vos deixáveis levar, conforme vossas tendências, aos ídolos mudos.
3. Por isso, eu vos declaro: ninguém, falando sob a ação divina, pode dizer: Jesus seja maldito e ninguém pode dizer: Jesus é o Senhor, senão sob a ação do Espírito Santo.
4. Há diversidade de dons, mas um só Espírito.
5. Os ministérios são diversos, mas um só é o Senhor.
6. Há também diversas operações, mas é o mesmo Deus que opera tudo em todos.
7. A cada um é dada a manifestação do Espírito para proveito comum.
8. A um é dada pelo Espírito uma palavra de sabedoria; a outro, uma palavra de ciência, por esse mesmo Espírito;
9. a outro, a fé, pelo mesmo Espírito; a outro, a graça de curar as doenças, no mesmo Espírito;
10. a outro, o dom de milagres; a outro, a profecia; a outro, o discernimento dos espíritos; a outro, a variedade de línguas; a outro, por fim, a interpretação das línguas.
11. Mas um e o mesmo Espírito distribui todos estes dons, repartindo a cada um como lhe apraz.
12. Porque, como o corpo é um todo tendo muitos membros, e todos os membros do corpo, embora muitos, formam um só corpo, assim também é Cristo.
13. Em um só Espírito fomos batizados todos nós, para formar um só corpo, judeus ou gregos, escravos ou livres; e todos fomos impregnados do mesmo Espírito.
14. Assim o corpo não consiste em um só membro, mas em muitos.
15. Se o pé dissesse: Eu não sou a mão; por isso, não sou do corpo, acaso deixaria ele de ser do corpo?
16. E se a orelha dissesse: Eu não sou o olho; por isso, não sou do corpo, deixaria ela de ser do corpo?
17. Se o corpo todo fosse olho, onde estaria o ouvido? Se fosse todo ouvido, onde estaria o olfato?
18. Mas Deus dispôs no corpo cada um dos membros como lhe aprouve.
19. Se todos fossem um só membro, onde estaria o corpo?
20. Há, pois, muitos membros, mas um só corpo.
21. O olho não pode dizer à mão: Eu não preciso de ti; nem a cabeça aos pés: Não necessito de vós.
22. Antes, pelo contrário, os membros do corpo que parecem os mais fracos, são os mais necessários.
23. E os membros do corpo que temos por menos honrosos, a esses cobrimos com mais decoro. Os que em nós são menos decentes, recatamo-los com maior empenho,
24. ao passo que os membros decentes não reclamam tal cuidado. Deus dispôs o corpo de tal modo que deu maior honra aos membros que não a têm,
25. para que não haja dissensões no corpo e que os membros tenham o mesmo cuidado uns para com os outros.
26. Se um membro sofre, todos os membros padecem com ele; e se um membro é tratado com carinho, todos os outros se congratulam por ele.
27. Ora, vós sois o corpo de Cristo e cada um, de sua parte, é um dos seus membros.
28. Na Igreja, Deus constituiu primeiramente os apóstolos, em segundo lugar os profetas, em terceiro lugar os doutores, depois os que têm o dom dos milagres, o dom de curar, de socorrer, de governar, de falar diversas línguas.
29. São todos apóstolos? São todos profetas? São todos doutores?
30. Fazem todos milagres? Têm todos a graça de curar? Falam todos em diversas línguas? Interpretam todos?
31. Aspirai aos dons superiores. E agora, ainda vou indicar-vos o caminho mais excelente de todos.

 
Capítulo 13

1. Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver caridade, sou como o bronze que soa, ou como o címbalo que retine.
2. Mesmo que eu tivesse o dom da profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência; mesmo que tivesse toda a fé, a ponto de transportar montanhas, se não tiver caridade, não sou nada.
3. Ainda que distribuísse todos os meus bens em sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, se não tiver caridade, de nada valeria!
4. A caridade é paciente, a caridade é bondosa. Não tem inveja. A caridade não é orgulhosa. Não é arrogante.
5. Nem escandalosa. Não busca os seus próprios interesses, não se irrita, não guarda rancor.
6. Não se alegra com a injustiça, mas se rejubila com a verdade.
7. Tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.
8. A caridade jamais acabará. As profecias desaparecerão, o dom das línguas cessará, o dom da ciência findará.
9. A nossa ciência é parcial, a nossa profecia é imperfeita.
10. Quando chegar o que é perfeito, o imperfeito desaparecerá.
11. Quando eu era criança, falava como criança, pensava como criança, raciocinava como criança. Desde que me tornei homem, eliminei as coisas de criança.
12. Hoje vemos como por um espelho, confusamente; mas então veremos face a face. Hoje conheço em parte; mas então conhecerei totalmente, como eu sou conhecido.
13. Por ora subsistem a fé, a esperança e a caridade – as três. Porém, a maior delas é a caridade.

 
Capítulo 14

1. Empenhai-vos em procurar a caridade. Aspirai igualmente aos dons espirituais, mas sobretudo ao de profecia.
2. Aquele que fala em línguas não fala aos homens, senão a Deus: ninguém o entende, pois fala coisas misteriosas, sob a ação do Espírito.
3. Aquele, porém, que profetiza fala aos homens, para edificá-los, exortá-los e consolá-los.
4. Aquele que fala em línguas edifica-se a si mesmo; mas o que profetiza, edifica a assembléia.
5. Ora, desejo que todos faleis em línguas, porém muito mais desejo que profetizeis. Maior é quem profetiza do que quem fala em línguas, a não ser que este as interprete, para que a assembléia receba edificação.
6. Suponhamos, irmãos, que eu fosse ter convosco falando em línguas, de que vos aproveitaria, se minha palavra não vos desse revelação, nem ciência, nem profecia ou doutrina?
7. É o que se dá com os instrumentos inanimados de música, por exemplo a flauta ou a harpa: se não produzirem sons distintos, como se poderá reconhecer a música tocada?
8. Se a trombeta só der sons confusos, quem se preparará para a batalha?
9. Assim também vós: se vossa língua só profere palavras ininteligíveis, como se compreenderá o que dizeis? Sereis como quem fala ao vento.
10. Há no mundo grande quantidade de línguas e todas são compreensíveis.
11. Porém, se desconhecer o sentido das palavras, serei um estrangeiro para quem me fala e ele será também um estrangeiro para mim.
12. Assim, uma vez que aspirais aos dons espirituais, procurai tê-los em abundância para edificação da Igreja.
13. Por isso, quem fala em línguas, peça na oração o dom de as interpretar.
14. Se eu oro em virtude do dom das línguas, o meu espírito ora, mas o meu entendimento fica sem fruto.
15. Então que fazer? Orarei com o espírito, mas orarei também com o entendimento; cantarei com o espírito, mas cantarei também com o entendimento.
16. De outra forma, se só renderes graças com o espírito, como dirá Amém a tuas ações de graças aquele que ocupar o lugar dos simples?
17. Sem dúvida, as tuas ações de graças podem ser belas, mas o outro não é edificado.
18. Graças a Deus que possuo o dom de línguas superior a todos vós.
19. Mas prefiro falar na assembléia cinco palavras que compreendo, para instruir também os outros, a falar dez mil palavras em línguas.
20. Irmãos, não sejais crianças quanto ao modo de julgar: na malícia, sim, sede crianças; mas quanto ao julgamento, sede homens.
21. Na lei está escrito: Será por gente de língua estrangeira e por lábios estrangeiros que falarei a este povo; e nem assim me ouvirão, diz o Senhor (Is 28,11s).
22. Assim, as línguas são sinal, não para os fiéis, mas para os infiéis; enquanto as profecias são um sinal, não para os infiéis, mas para os fiéis.
23. Se, pois, numa assembléia da igreja inteira todos falarem em línguas, e se entrarem homens simples ou infiéis, não dirão que estais loucos?
24. Se, porém, todos profetizarem, e entrar ali um infiel ou um homem simples, por todos é convencido, por todos é julgado;
25. os segredos do seu coração tornam-se manifestos. Então, prostrado com a face em terra, adorará a Deus e proclamará que Deus está realmente entre vós.
26. Em suma, que dizer, irmãos? Quando vos reunis, quem dentre vós tem um cântico, um ensinamento, uma revelação, um discurso em línguas, uma interpretação a fazer – que isto se faça de modo a edificar.
27. Se há quem fala em línguas, não falem senão dois ou três, quando muito, e cada um por sua vez, e haja alguém que interprete.
28. Se não houver intérprete, fiquem calados na reunião, e falem consigo mesmos e com Deus.
29. Quanto aos profetas, falem dois ou três, e os outros julguem.
30. Se for feita uma revelação a algum dos assistentes, cale-se o primeiro.
31. Todos, um após outro, podeis profetizar, para todos aprenderem e serem todos exortados.
32. O espírito dos profetas deve estar-lhes submisso,
33. porquanto Deus não é Deus de confusão, mas de paz.
34. Como em todas as igrejas dos santos, as mulheres estejam caladas nas assembléias: não lhes é permitido falar, mas devem estar submissas, como também ordena a lei.
35. Se querem aprender alguma coisa, perguntem-na em casa aos seus maridos, porque é inconveniente para uma mulher falar na assembléia.
36. Porventura foi dentre vós que saiu a palavra de Deus? Ou veio ela tão-somente para vós?
37. Se alguém se julga profeta ou agraciado com dons espirituais, reconheça que as coisas que vos escrevo são um mandamento do Senhor.
38. Mas, se alguém quiser ignorá-lo, que o ignore!
39. Assim, pois, irmãos, aspirai ao dom de profetizar; porém, não impeçais falar em línguas.
40. Mas faça-se tudo com dignidade e ordem.

 
Capítulo 15

1. Eu vos lembro, irmãos, o Evangelho que vos preguei, e que tendes acolhido, no qual estais firmes.
2. Por ele sereis salvos, se o conservardes como vo-lo preguei. De outra forma, em vão teríeis abraçado a fé.
3. Eu vos transmiti primeiramente o que eu mesmo havia recebido: que Cristo morreu por nossos pecados, segundo as Escrituras;
4. foi sepultado, e ressurgiu ao terceiro dia, segundo as Escrituras;
5. apareceu a Cefas, e em seguida aos Doze.
6. Depois apareceu a mais de quinhentos irmãos de uma vez, dos quais a maior parte ainda vive (e alguns já são mortos);
7. depois apareceu a Tiago, em seguida a todos os apóstolos.
8. E, por último de todos, apareceu também a mim, como a um abortivo.
9. Porque eu sou o menor dos apóstolos, e não sou digno de ser chamado apóstolo, porque persegui a Igreja de Deus.
10. Mas, pela graça de Deus, sou o que sou, e a graça que ele me deu não tem sido inútil. Ao contrário, tenho trabalhado mais do que todos eles; não eu, mas a graça de Deus que está comigo.
11. Portanto, seja eu ou sejam eles, assim pregamos, e assim crestes.
12. Ora, se se prega que Jesus ressuscitou dentre os mortos, como dizem alguns de vós que não há ressurreição de mortos?
13. Se não há ressurreição dos mortos, nem Cristo ressuscitou.
14. Se Cristo não ressuscitou, é vã a nossa pregação, e também é vã a vossa fé.
15. Além disso, seríamos convencidos de ser falsas testemunhas de Deus, por termos dado testemunho contra Deus, afirmando que ele ressuscitou a Cristo, ao qual não ressuscitou (se os mortos não ressuscitam).
16. Pois, se os mortos não ressuscitam, também Cristo não ressuscitou.
17. E se Cristo não ressuscitou, é inútil a vossa fé, e ainda estais em vossos pecados.
18. Também estão perdidos os que morreram em Cristo.
19. Se é só para esta vida que temos colocado a nossa esperança em Cristo, somos, de todos os homens, os mais dignos de lástima.
20. Mas não! Cristo ressuscitou dentre os mortos, como primícias dos que morreram!
21. Com efeito, se por um homem veio a morte, por um homem vem a ressurreição dos mortos.
22. Assim como em Adão todos morrem, assim em Cristo todos reviverão.
23. Cada qual, porém, em sua ordem: como primícias, Cristo; em seguida, os que forem de Cristo, na ocasião de sua vinda.
24. Depois, virá o fim, quando entregar o Reino a Deus, ao Pai, depois de haver destruído todo principado, toda potestade e toda dominação.
25. Porque é necessário que ele reine, até que ponha todos os inimigos debaixo de seus pés.
26. O último inimigo a derrotar será a morte, porque Deus sujeitou tudo debaixo dos seus pés.
27. Mas, quando ele disser que tudo lhe está sujeito, claro é que se excetua aquele que lhe sujeitou todas as coisas.
28. E, quando tudo lhe estiver sujeito, então também o próprio Filho renderá homenagem àquele que lhe sujeitou todas as coisas, a fim de que Deus seja tudo em todos.
29. De outra maneira, que intentam aqueles que se batizam em favor dos mortos? Se os mortos realmente não ressuscitam, por que se batizam por eles?
30. E nós, por que nos expomos a perigos a toda hora?
31. Cada dia, irmãos, expondo-me à morte, tão certo como vós sois a minha glória em Jesus Cristo nosso Senhor.
32. Se foi por intenção humana que combati com as feras em Éfeso, que me aproveita isso? Se os mortos não ressuscitam, comamos e bebamos, porque amanhã morreremos.
33. Não vos deixeis enganar: Más companhias corrompem bons costumes.
34. Despertai, como convém, e não pequeis! Porque alguns vivem na total ignorância de Deus – para vergonha vossa o digo.
35. Mas, dirá alguém, como ressuscitam os mortos? E com que corpo vêm?
36. Insensato! O que semeias não recobra vida, sem antes morrer.
37. E, quando semeias, não semeias o corpo da planta que há de nascer, mas o simples grão, como, por exemplo, de trigo ou de alguma outra planta.
38. Deus, porém, lhe dá o corpo como lhe apraz, e a cada uma das sementes o corpo da planta que lhe é própria.
39. Nem todas as carnes são iguais: uma é a dos homens e outra a dos animais; a das aves difere da dos peixes.
40. Também há corpos celestes e corpos terrestres, mas o brilho dos celestes difere do brilho dos terrestres.
41. Uma é a claridade do sol, outra a claridade da lua e outra a claridade das estrelas; e ainda uma estrela difere da outra na claridade.
42. Assim também é a ressurreição dos mortos. Semeado na corrupção, o corpo ressuscita incorruptível;
43. semeado no desprezo, ressuscita glorioso; semeado na fraqueza, ressuscita vigoroso;
44. semeado corpo animal, ressuscita corpo espiritual. Se há um corpo animal, também há um espiritual.
45. Como está escrito: O primeiro homem, Adão, foi feito alma vivente (Gn 2,7); o segundo Adão é espírito vivificante.
46. Mas não é o espiritual que vem primeiro, e sim o animal; o espiritual vem depois.
47. O primeiro homem, tirado da terra, é terreno; o segundo veio do céu.
48. Qual o homem terreno, tais os homens terrenos; e qual o homem celestial, tais os homens celestiais.
49. Assim como reproduzimos em nós as feições do homem terreno, precisamos reproduzir as feições do homem celestial.
50. O que afirmo, irmãos, é que nem a carne nem o sangue podem participar do Reino de Deus; e que a corrupção não participará da incorruptibilidade.
51. Eis que vos revelo um mistério: nem todos morreremos, mas todos seremos transformados,
52. num momento, num abrir e fechar de olhos, ao som da última trombeta (porque a trombeta soará). Os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados.
53. É necessário que este corpo corruptível se revista da incorruptibilidade, e que este corpo mortal se revista da imortalidade.
54. Quando este corpo corruptível estiver revestido da incorruptibilidade, e quando este corpo mortal estiver revestido da imortalidade, então se cumprirá a palavra da Escritura:
55. A morte foi tragada pela vitória (Is 25,8). Onde está, ó morte, a tua vitória? Onde está, ó morte, o teu aguilhão (Os 13,14)?
56. Ora, o aguilhão da morte é o pecado, e a força do pecado é a lei.
57. Graças, porém, sejam dadas a Deus, que nos dá a vitória por nosso Senhor Jesus Cristo!
58. Por conseqüência, meus amados irmãos, sede firmes e inabaláveis, aplicando-vos cada vez mais à obra do Senhor. Sabeis que o vosso trabalho no Senhor não é em vão.

 
Capítulo 16

1. Quanto à coleta em benefício dos santos, segui também vós as diretrizes que eu tracei às igrejas da Galácia.
2. No primeiro dia da semana, cada um de vós ponha de parte o que tiver podido poupar, para que não esperem a minha chegada para fazer as coletas.
3. Quando chegar, enviarei, com uma carta, os que tiverdes escolhido para levar a Jerusalém a vossa oferta.
4. Se valer a pena que eu também vá, irão comigo.
5. Irei ter convosco, depois que tiver passado pela Macedônia; apenas passarei por lá.
6. Talvez fique convosco ou até passe todo o inverno, para que me leveis aonde eu tenho de ir.
7. Desta vez, quero vos ver não somente de passagem, mas espero demorar-me algum tempo convosco, se o Senhor o permitir.
8. Ficarei em Éfeso até Pentecostes:
9. aí se me abriu uma grande porta à minha atividade e os adversários aí são muitos.
10. Se Timóteo for visitar-vos, vede que esteja sem preocupação entre vós, porque trabalha exatamente como eu na obra do Senhor.
11. Portanto, ninguém o despreze. E preparai-lhe a viagem em paz para que venha ter comigo, porque o espero com os irmãos.
12. Quanto ao nosso irmão Apolo, roguei-lhe muito fosse ter convosco com os irmãos, mas de modo algum quis ele ir agora. Contudo irá ver-vos, quando tiver oportunidade.
13. Vigiai! Sede firmes na fé! Sede homens! Sede fortes!
14. Tudo o que fazeis, fazei-o na caridade.
15. Ainda uma recomendação, irmãos: sabeis que a família de Estéfanas são as primícias da Acaia e se consagraram ao serviço dos santos.
16. Tratai essas pessoas com consideração, bem como todos aqueles que ajudam e trabalham na mesma obra.
17. Eu me alegro com a vinda de Estéfanas, Fortunato e Acaico, porque eles supriram a vossa ausência,
18. e tranqüilizaram o meu espírito e o vosso. Tende, pois, consideração a tais homens.
19. As igrejas da Ásia vos saúdam. Áquila e Prisca, com a comunidade que se reúne em sua casa, enviam-vos muitas saudações.
20. Todos os irmãos vos saúdam.
21. Saudai-vos uns aos outros com ósculo santo.
22. Esta saudação escrevo-a de próprio punho: PAULO.
23. Se alguém não amar o Senhor, seja maldito! Maran atá.
24. A graça do Senhor Jesus esteja convosco.
25. Eu vos amo a todos vós em Cristo Jesus.
 

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