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09/11 – A Basílica de São João de Latrão e Elisabete da Trindade Catez

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elisabete-da-trindade-cateza-basilica-de-sao-joao-de-latraoA Basílica de São João de Latrão

Uma solenidade litúrgica especial, no dia 9 de novembro, comemora a dedicação da Basílica de Latrão. Esta é considerada a igreja-mãe de todas as igrejas católicas, por ser a catedral do bispo de Roma, isto é o Papa patriarca do Ocidente. A igreja originária foi construída pelo imperador Constantino, durante o pontificado de papa Melquíades no séc. IV, no terreno doado por Fausta, esposa do Imperador. Nela foram realizados os quatro primeiros Concílios Ecumênicos realizados no Ocidente: em 1123 para resolver a questão das Investiduras, ou seja, provimento em algum cargo eclesiástico por parte do poder civil: em 1139, sobre questões disciplinares; em 1179 para tratar da forma de eleição do Papa; em 1215, sobre várias heresias e a reforma eclesial. Inúmeras verdades lembra esta comemoração. Em primeiro lugar a importância de Roma onde se acha o Chefe visível da Igreja de Jesus.

Santo Inácio de Antioquia, discípulo dos apóstolos, chama a Igreja de Roma de “cabeça da caridade”, revelando a posição primacial, da sede romana e, portanto, também a de seu Bispo. E de Santo Ireneu o mais eloqüente testemunho da antigüidade a favor da importância da sede romana. Assim ele se expressou no ano de 180: “A esta Igreja (romana) por sua preeminência mais poderosa, é necessário que se unam todas as Igrejas, isto é, os fiéis de todas as partes, pois nela se conservou sempre a tradição recebida dos apóstolos pelos cristãos de todas as partes”. Recorda ainda a referida festa que em todas as sedes episcopais há Igreja Catedral onde se acha a cátedra episcopal.

O Concílio Vaticano II, na Constituição sobre a Sagrada Liturgia ensina que “todos devem atribuir a maior importância à vida litúrgica da diocese, em redor do bispo, principalmente na Igreja catedral, convencidos de que aí se realiza uma especial manifestação da Igreja pela participação plena e ativa de todo o Povo santo de Deus nas mesmas celebrações litúrgicas, sobretudo na mesma Eucaristia, numa só oração e num único altar, presidido pelo bispo cercado de seu presbitério e ministros (n.41). Na Quinta-feira santa se celebra em todas as Catedrais a Missa do Crisma, quando são bentos os Santos Óleos, depois levados para todas as Paróquias. Pelo que foi dito, a Catedral por excelência é a do Papa em Roma, a Basílica de Latrão “Mãe e Mestra de todas as Igrejas”, da urbe romana e do orbe católico. Tudo isto lembra, além disto, a importância do Templo, lugar sagrado no qual se cultua de modo especial a Deus. É nele que se recebem os maiores favores divinos.

No Antigo Testamento o templo de Jerusalém era o sinal da presença do Ser Supremo entre os homens. Centro do culto a Javé para ele convergiam peregrinações de todas as partes para contemplar a face do Todo-Poderoso (Sl. 42,3). A Bíblia ensina que Deus está no céu (Sl 2,4; 103,19; 115,3), mas o templo é como que uma cópia fiel do palácio celeste, que o Onipotente torna presente aqui na terra. Nele se desenrola o culto oficial. No Novo Testamento se tornou viva a doutrina de que cada batizado é o templo vivo da Trindade de acordo com o ensinamento de Jesus: “Se alguém me ama, meu Pai o amará, viremos a ele e faremos nele nossa morada” (Jo 14,23). Paulo de Tarso firmaria esta verdade, argüindo aos Coríntios: “Porventura não sabeis que os vossos membros são templo do Espírito santo, que habita em vós que vos foi dado por Deus e que não pertenceis a vós mesmos” (Cor 6,19).

O verdadeiro católico preza a Catedral do Papa, a Basílica de Latrão; tem carinho especial para com a Catedral de sua Diocese e para com a Igreja Paroquial, Matriz de todas as outras; lembrado sempre de que, sendo o templo vivo de Deus, deve ornamentar esta Casa Santa com as virtudes, cuidando de seu corpo e respeitando a dignidade de cada ser humano, criado à imagem e semelhança do Criador, estimando sobretudo o batizado templo consagrado ao Espírito Santo.

Elisabete da Trindade Catez

Elisabete Catez Rolland, nasceu em Campo d’Avor, próximo de Bourges, França, no dia 18 de julho de 1880. Filha de Francisco José e Maria foi batizada quatro dias depois. Ainda criança ela se distinguia pelo temperamento apaixonado, um tanto agressivo e colérico, mas também transparecia no seu olhar uma suave sensibilidade.

No início de 1887 a família se transferiu para a cidade de Dijon, também na França. Porém, em outubro daquele ano, seu pai faleceu de repente. E essa perda provocou uma mudança muito grande no seu caráter. A partir daí, dedicou a vida para a oração e a serviço de Deus.

A sua primeira comunhão foi aos dez anos, ocasião que lhe deu a oportunidade de visitar o Carmelo da cidade, com outras companheiras. Na saída todas receberam um “santinho” com uma dedicatória da superiora. O seu dizia que o nome Elisabete significa: “Casa de Deus”.

Desde os oito anos estudava música no Conservatório de Dijon. Muito talentosa, em 1893 recebeu o primeiro prêmio de piano do Conservatório. Como toda jovem, Elisabete freqüentava a sociedade local onde se distraia nas festas da família e dos amigos. Mas sempre se manteve fiel aos sacramentos recebidos na Igreja.

Ao completar catorze anos resolveu entrar para o Carmelo. Sua mãe foi contra, dizendo que esta escolha só seria definida na sua maioridade. Mesmo assim, Elisabete ofereceu a Deus seus dotes musicais para a salvação da França. Sua vida se voltou para as orações, as leituras religiosas e a vida espiritual da paróquia, mantendo sempre sua obediência à mãe. Foi a partir dos dezenove anos que Elisabete começou a receber as primeiras graças místicas, que anotava nos diários de orações.

Quando completou a maioridade, em 1901, ingressou no Convento do Carmelo Descalço de Dijon, com aprovação de sua mãe. Quatro meses depois, vestiu o hábito e adotou o nome de Irmã Elisabete da Trindade, entregando-se ao mistério da Santíssima Trindade. Em janeiro de 1903 emitiu os votos definitivos e nos próximos cinco anos entregou-se completamente a Deus na Santíssima Trindade. E o Senhor purificou ainda mais sua alma pelo sofrimento do mal de Addison que a levou à morte, no dia 09 de novembro de 1906.

Com sua vida e doutrina, breve, mas sólida, exerceu grande influência na espiritualidade atual, especialmente por sua experiência trinitária. Suas anotações reverteram em obras publicadas, das quais as que se destacaram: Elevações, Retiros, Notas Espirituais e Cartas.

O Papa João Paulo II, a beatificou em 1984 e designou o dia de sua morte para a celebração de sua memória.

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