Frederico OsanamNascido na Itália, em 23 de abril de 1813, Antonio Frederico Ozanam viveu na França. Muito de sua vida de caridade e serviço aos pobres se deve particularmente ao pai, João Antonio um exemplo de caridade cristã. Este era médico oficial do exército napoleônico e cuidava gratuitamente de pessoas humildes que não tinham como pagar pelos cuidados médicos.Frederico foi estudar Direito e Letras na universidade de Sorbone em Paris, onde depois foi professor, mas a sua paixão era o estudo de Religião Comparada, nas horas vagas. Nesta época havia se hospedado na casa de Adré-Marie Ampère, o famoso estudioso da eletrodinâmica. Contagiado pela fé do amigo e orientado pelo seu confessor, o abade Noirot, se envolveu com jovens intelectuais cristãos numa época onde o clericalismo ortodoxo estava sendo duramente combatido em toda a Europa.Defensor da fé, empolgante orador, excelente escritor e precioso professor, Frederico não estava satisfeito em apenas praticar o cristianismo intelectual. Entendia que era necessário fundamentar essa fé o exercício de uma obra de caridade, pois assim ela se justificaria. Então, voltou-se para os pobres e norteou a sua vida no sentido de serví-los, a exemplo de seu pai e dos ensinamentos de Jesus Cristo.Junto de outros jovens cristãos, com o mesmo objetivo, fundou a Sociedade de São Vicente de Paulo, em 1833, uma instituição católica, mas de leigos, direcionada para dar abrigo e assistência aos pobres e aos excluídos. Entretanto ele pensou não apenas no objetivo social, mas também no religioso para os integrantes a Sociedade, que além de proporcionar o bem estar aos pobres, trilhariam o caminho da santificação, no seguimento de Cristo. Também colocariam em prática os princípios da verdadeira democracia social e dos direitos humanos dos indivíduos baseados na caridade cristã. Por esta visão humanitária e democrática cristã ele é considerado precursor da doutrina social da Igreja.Frederico Osanam se casou em 1841. Teve uma filha. Mas continuou firme na Obra. Amigo da nobreza e intelectualidade parisiense viajou por toda a Europa, difundindo as “Conferências de Caridade da Sociedade São Vicente de Paulo” . Porém, quando sentiu seu organismo ser tomado pela doença, preferiu ir viver numa das casas da Sociedade São Vicente de Paulo, optando pela vida simples e humilde. Sua obra se expandiu e seus integrantes se tornaram numerosos, espalhando-se por todo o planeta.Morreu em 08 de setembro de 1853, em Marselha, França. Em 1997, o Papa João Paulo II, durante a solenidade de sua beatificação, na Catedral de Notre Dame, em Paris disse: “Frederico Osanam é verdadeiramente um santo laico do nosso tempo”. Sua festa litúrgica ocorre no dia de sua morte.Natividade de Nossa Senhora
Hoje celebramos a festa em honra a natividade da Mãe de Deus, cujo verdadeiro significado e o fim deste evento é a encarnação do Verbo. Maria nasce, é amamentada e cresce para ser a Mãe. O significado real desta festa é o próprio Filho de Deus, nascido de Maria e nosso Salvador. Por isso a festa de hoje foi celebrada com louvores magníficos por muitos santos Padres, que tiraram suas conclusões da Bíblia e de sua sensibilidade e ardor poético. Temos algumas expressões do sermão sobre a natividade de Maria e São Pedro Damião, vejamos:
“Hoje é o dia em que Deus começa a pôr em prática o seu plano eterno, pois era necessário que se construísse a casa, antes que o Rei descesse para habitá-la. Casa bela, porque, se a Sabedoria constrói uma casa com sete colunas trabalhadas, este palácio de Maria está alicerçado nos sete dons do Espírito Santo, Salomão celebrou de modo soleníssimo a inauguração de um templo de pedra. Como celebraremos o nascimento de Maria, templo do Verbo encarnado? Naquele dia a glória de Deus desceu sobre o templo de Jerusalém sob forma de nuvem, que o obscureceu. O Senhor que faz brilhar o sol nos céus, para a sua morada entre nós escolheu a obscuridade (1Rs 8,10-12), disse Salomão na sua oração a Deus. Este mesmo templo estará repleto pelo próprio Deus, que vem para ser a luz dos povos.”
“Às trevas do paganismo e à falta de fé dos judeus, representadas pelo templo de Salomão, sucede o dia luminoso no templo de Maria. É justo, portanto, cantar este dia e Aquela que nele nasceu. Mas como poderíamos celebrá-la dignamente? Podemos narrar as façanhas heróicas de um mártir ou as virtudes de um santo, porque são humanas. |